Votar, ou não!?

Essa questão me intriga há muito tempo para a melhor resposta política. Votar é direito adquirido num processo histórico de afirmação da cidadania, mas confundido como obrigação pela legislação eleitoral no Brasil. Se o cidadão não votar e bem explicar, ou justificar os motivos deste, incorre em pagamento de multa, suspensão do direito de receber passaporte, não assumir funções públicas e outras penalidades que o Estado pode selecionar e aplicar. A configuração do poder desde a revolução francesa é reproduzida por todos os países ocidentais que adotam a democracia. O cidadão teria a percepção de que uma grande parte dos agentes públicos das câmaras municipais, estaduais e federais, um dos tripés do poder, fazem destas instituições local privilegiado, ou a extensão, para a realização de negócios privados. Seriam pouquíssimos aqueles parlamentares com a correta leitura do que seja "coisa pública", republicana, para balizar a conduta. Compreende-se a importância das assembleias legislativas e câmaras federais na elaboração das leis, porém aquelas formuladas e implementadas para o benefício e interesse geral são gestadas com muitas dificuldades, demandam muito tempo e algumas somente por intensa mobilização e pressão social. Ainda assim, a implementação é dolorosa, ou mesmo quase inviável - "lei pegar, ou não" - como mostra a recente Lei da Ficha Limpa resultante de intensa mobilização popular. Para as câmaras municipais parece crescer a percepção do cidadão de que os agentes desta instituição não precisariam ser remunerados, pois este trabalho seria conceituado como "trabalho voluntário". Para grandes cidades, população acima de determinado índice que seria estabelecido, uma remuneração razoável até teria sentido, mas não a farra que se tem hoje. E o cidadão é convocado, exigido, a cada quatro anos a comparecer perante uma máquina eletrônica apenas para compactuar com esse descalabro. De qualquer maneira, existiria uma percepção generalizada perpassando as teias sociais de que o Poder Legislativo não teria uma produção à altura das demandas da sociedade, pois além de defasada atuaria apenas para afirmar e reproduzir interesses privados e de grupos financiadores de campanhas eleitorais. Por que sustentar esse status para manter as aparências legais? "Legal" é um aspecto da questão, pois votar não é obrigação, mas direito e, sendo direito, votar é questão de opção de cada cidadão. O Estado não pode intervir nessa questão. ASSIM, A PARTIR DE 2012 NÃO EXERCEREI A OBRIGAÇÃO DE VOTAR. EXERCEREI O DIREITO DE NÃO VOTAR...sem explicar, ou justificar, até que o Estado restabeleça o verdadeiro direito do cidadão: "votar é direito, não obrigação". Nas eleições de 2012 não compactuarei com a farsa eleitoral. PELAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS que inclui o meu direito de votar.

Comentários

  1. Até FHC mostra preocupação com a situação dos partidos políticos como declarou em visita aos EUA:
    "Agora cada um vai buscar maximizar suas chances eleitorais, sem se preocupar muito com o que vai acontecer depois, e muito menos se há choques entre as visões dos partidos, mesmo porque essas visões estão se diluindo de uma maneira preocupante", disse o ex-presidente. "Os partidos estão crescentemente sendo só siglas."
    ENTÃO, O CIDADÃO DEVE CONTINUAR SUSTENTANDO ISSO COM O VOTO OBRIGATÓRIO?
    Em 2012, NÃO VOTAR é a melhor resposta!

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