2018, o ano que não acaba; 2019, tampando o nariz...

2018, o ano que não acaba e em que o Brasil entrou na máquina do tempo e retrocedeu a 1960-1964. 1960, Jânio, com "varre varre, vassourinha / varre varre a bandalheira / que o povo já tá cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros (ou Jair) é a esperança desse povo abandonado / JQ (ou Jair) é a certeza de um Brasil, moralizado! / Alerta, meu irmão! / Vassoura, conterrâneo / Vamos vencer com Jânio (ou Jair)".
1964, golpe militar por conta do risco comunista, contra a corrupção e pela família e propriedade e com Deus. A história do Brasil, desde o império, alterna tragédia e comédia de mesmo fundo.
2018, intensa campanha nas redes sociais digitais alertando para eliminar o perigo comunista, "metralhar a petralhada", preservar a família, propriedade e manutenção dos valores cristãos. É, ou não é, 2018 a repetição da mesma história, mas com toque de comédia?
Parodiando 1964, em 2018, o milico Bozo e seus companheiros milicos sendo alçados pela classe média como os "salvadores da Pátria", a reserva moral, a instituição que teria as melhores e corretas respostas para os imensos desafios do Brasil, mas nada produz e apenas consome imensos recursos públicos, gozando de aposentadorias gordas e privilégios. E, pior, sempre que possível não hesita em colocar a sua "força" a serviço de uma elite babando sangue, utilizando como mote o perigo comunista e o falso moralismo.
Quem não conhece a história pode repetir o pior dela e justamente isto que o povo brasileiro, democraticamente, fez em 2018, alçando ao poder um político e militar medíocre com valores pré-iluministas, medievais, para dar respostas aos imensos desafios do Estado: quebrar privilégios previdenciários (elite do serviço público) e tributários (pagar mais quem mais tem) e investir pesadamente em educação e saúde. Mas o Estado brasileiro é perdulário e como fazer isso aumentando pouco impostos e reduzir gastos públicos? Com o soberbo "Bozo" e sua equipe de hipócritas e apaniguados dificilmente isso poderia ser realizado, principalmente nesse Congresso recém-eleito de parlamentares mais preocupados em defender as suas bandeiras do atraso: evangélicos (moralismo barato e medieval), ruralistas (anti-ambientalistas), bala (liberação de armas) e bola (circo). Ninguém tá aí com a sorte do Brasil, mas o discurso é como se estivessem.
2019, tampando o nariz, sem desistir do Brasil, seguir na luta!

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