10 anos de operação Isoflama, julho 2016

Em julho de 2006, dia 21, a Isoflama dava início às operações de processos térmicos a vácuo de aços ferramenta para a indústria metal mecânica do Brasil com uma carga de 250 kg de matrizes para conformação a frio em aço AISI D2. 
A Isoflama começou, efetivamente, quando reunidos Thomas H Heiliger, Marco Antonio Manz e eu, meados de 2004, para discutir a formação de uma empresa, originalmente, para oferecer processo termoquímico de nitretação a gás com controle do potencial de nitrogênio. Depois de pesquisa de mercado e análise de retorno financeiro, optou-se em começar com processos de têmpera e revenimentos a vácuo. 
Meados de 2004, mantivemos contato com fabricantes europeus e americanos para solicitar orçamentos de um forno de têmpera a vácuo e revenimento a vácuo, sendo ambos de dimensões 600x600x900 mm, capacidade da ordem de 1000 kg. E de vários fabricantes, destacou-se o orçamento da empresa Seco-Warwick com bastantes detalhes técnicos. Alguns fabricantes não deram tanta importância à solicitação de cotação uma vez que a empresa ainda não existia e simplesmente produziram a informação em uma folha de tamanho A4. Os preços de todos os fabricantes não apresentavam grandes diferenças. 
A análise dos orçamentos dos fornos exigia esmiuçar, estudar, a constituição técnica do forno de têmpera e revenimento para permitir uma correta seleção e comparação entre todas as ofertas. Enquanto isso acontecia o Representante Seco-Warwick nos EUA manteve contato via fone manifestando interesse em nos conhecer, uma vez que precisava fazer uma viagem à empresa Audi,Curitiba,PR, e queria aproveitar este momento, Concordamos em receber esse representante em Campinas,SP, que estaria no Brasil duas semanas depois do primeiro contato. E uma semana antes da chegada, esse representante nos contatou para informar que o Presidente Seco-Warwick estaria no Brasil e também mostrava interesse em participar dessa reunião. Assim, refizemos a reserva em hotel no centro de Campinas,SP, para receber ambos.E na manhã do domingo, 15, novembro de 2004, redigimos os nomes desses funcionários S-W numa folha de papel A4 e fomos recepcioná-los no aeroporto Guarulhos,SP. Depois de alguma espera se aproxima uma Pessoa em calça jeans, tênis e boné vermelho, que pega o meu cartaz e o gira 180° - nome polonês extenso, com muitas consoantes e poucas sílabas - pois o nome estava em posição invertida e, em seguida, diz em inglês "that´s me", apontando para o cartaz e o próprio peito. Todos que viram a cena caíram na risada. Uma recepção descontraída que prenunciava bons fluídos à frente. 
A nossa reunião aconteceu no mesmo domingo, à tarde, logo depois do almoço, na área de eventos do hotel, Campinas,SP. Começamos apresentando os nossos currículos e o Brasil para aspectos culturais, políticos e indicadores econômicos. Na sequência, apresentamos uns 30 slides sobre a indústria brasileira relativo ao mercado metal mecânico e ao consumo de aços ferramenta, status de fornos de têmpera a vácuo para serviços e "in house", principais empresas de serviços, preços, e etc..Na sequência, a Seco-Warwick detalhou tecnicamente os fornos de têmpera e revenimentos a vácuo e ao final discutimos exaustivamente aspectos técnicos dos equipamentos. Essa reunião se estendeu por mais de seis (6) horas, quando decidimos interromper para jantar e deixar as dúvidas levantadas para esclarecimentos posteriores, via e-mail. O mais importante a ressaltar dessa reunião é que o Presidente S-W gostou do projeto que apresentamos e vaticinou que deveríamos seguir adiante e não hesitar, pois reuníamos excelentes condições de lograr sucesso. E para completar, o Presidente S-W concluiu com uma frase que foi música para nossos ouvidos: declarou que assim que retornasse para a Polônia providenciaria uma revisão dos preços dos fornos de têmpera e revenimento a vácuo que viabilizaria o nosso projeto. A S-W também tinha interesse nesse sucesso para tornar a Isoflama "show room" na América Latina. Assim, quando recebemos os novos valores para os fornos concluímos que seria mesmo irrecusável e avançar inevitável. E assim fizemos. Em março de 2005 criamos a Isoflama e, em seguida, iniciamos pesquisa de melhor cidade e local para construir a empresa.
O nome da empresa foi objeto de discussão durante algumas semanas. O primeiro nome que surgiu foi "Eisenkoch", em tradução literal "cozimento de ferro", que agradou, mas ainda torcíamos o nariz. Um nome estrangeiro tinha certo atrativo, apelo de marketing, mas o componente nacionalista de todos impedia aceitar isto facilmente. A mãe de Thomas então sugeriu o nome "Flama" que, a priori, agradava, mas ainda não seria o melhor. E para manter o nome "Flama" sugeri acrescentar, com duplo sentido, o prefixo "Iso" (do grego "igual") e sigla de "International Organization for Standardization". E quando se juntou Iso+Flama formando ISOFLAMA concluímos que tínhamos definido o nome.
A Isoflama nasceu com a visão de se tornar referência em qualidade técnica, transparência, ética, respeito ao meio ambiente e com uma formatação de equipamentos de tecnologia avançada para oferecer serviços únicos, especiais, em termos de acabamento final das peças. A formatação "têmpera a vácuo" +"revenimentos a vácuo", além de atender a esses desejos, também permitir reproduzir e melhorar resultados reproduzindo o conceito de excelência do filósofo Aristóteles que diz "fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em melhorar. A excelência não deve ser uma busca, mas sim um hábito".   Além disso, a Isoflama foi concebida e projetada para receber e, posteriormente, simplesmente "ligar na tomada" novos equipamentos conforme ocorressem as aquisições. E foi assim que ao longo de 10 anos, sem a necessidade de recorrer a financiamentos, a Isoflama foi adicionando novos equipamentos até alcançar a configuração atual de dois (2) fornos de têmpera a vácuo; três (3) fornos de revenimentos a vácuo; e dois (2) reatores de nitretação a plasma.E ainda deve acrescentar novos equipamentos e processos até 2020. 
Concluindo, um breve relato de como começou a Isoflama. Os primeiros meses, anos, não foram nada fáceis, mas isto é uma outra história...Cabe registrar aqui que esses 10 anos de operação são resultados de esforços coletivos e nessa história cabe todos os Colaboradores atuais e aqueles que passaram pela Isoflama. É isso!

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