Eleições 2010: convocação para a "festa"

Uma campanha eleitoral anódina não fosse os tantos escândalos que surgem. Por que esses escândalos não surgem antes com tanta força? Para que servem todas as instituições do Estado que, a priori, deveriam atuar para prevenir, inibir e até punir? À parte isso, o cidadão é convocado para exercitar a “obrigação” de escolher aqueles ungidos pelos partidos políticos na chamada “festa democrática”. Exercitar o direito de ser “analfabeto político”, conforme Brecht, ou simplesmente de não votar está vetado. Até poderia, mas pagaria uma multa.
Reformas gerais – previdência, partidária e tributária – são necessárias, urgentes, mas como fazê-las com um parlamento que “olha para si”, ou grupos, e mínima visão e consciência da “coisa pública”? Tiririca, o palhaço, acerta no mote para a campanha e, provavelmente, terá grande massa de eleitores, fortalecendo um micropartido político que se sustentará com as gordas verbas públicas. Montar uma igreja ou um partido político é bom negócio no Brasil. Ambos não pagam impostos e ainda podem contar com as burras do Estado. Talvez seja o caso de se acreditar no que sugere o médico holandês Bernard de Mandeville, sec.XVIII, em a “A fábula das abelhas”, que os vícios privados (tantos interesses mesquinhos reunidos) poderiam promover benefícios públicos. Poderiam mesmo? Na natureza há exemplos de sucesso disso, por exemplo, “defeitos” na estrutura cristalina de muitos metais que viram “virtudes”. A revolução industrial sec.XVIII e as tantas conquistas tecnológicas são provas disso. Mas no caso da economia e política para o Brasil há diversas demonstrações de que essa teoria é furada e que a necessidade de se formar um parlamento com cidadãos e cidadãs comprometidos com a “coisa pública” seja vital para uma verdadeira transformação econômica, cultural, política e social.
Apesar dos principais candidatos não apresentarem programas de governo, mas apenas blá, blá, blá, discurso vazio, alguns até apelativo, a seleção se daria pelo conhecimento da trajetória política destes. Cidadãos e cidadãs com histórico de luta social, de projetos desenvolvidos para a comunidade e comprometimento com a boa ética seriam bons indicadores. Compor um bom parlamento é etapa vital para os melhores resultados, senso lato. Pense bem para escolher! Todos dependemos disso!

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