Viajar, curtir e voltar

Viajar, conhecer, apreciar, deleitar-se, é ótimo, mas como registra a sabedoria popular, voltar para casa também. Essa viagem ao sul da Argentina e Chile, região da patagônia, foi quase mágica, fantástica. O lugar é de uma beleza de tirar o fôlego, literalmente.
Essa viagem consistiu da rota Guarulhos-Buenos Aires-Bariloche em avião; depois Bariloche-Lagos Andinos-Puella-Puerto Varas / Puerto Montt em barco e bus. E, na sequência,  Puerto Mont-Santiago-Mendonza-Buenos Aires-Colonia Del Sacramento-Montevideo-Porto
Alegre, em barco e bus.  E o trecho final Porto Alegre-Campinas em avião. Totalizamos 4350 km de viagem em bus, poltronas confortáveis, dispondo de Wi-Fi,  e parando por lugares pitorescos e interessantes.
Em Bariloche, Argentina, visitamos os pontos turísticos convencionais e pedalamos 55 km por trilhas no denominado "Circuito Chico". As montanhas ainda guardavam neve, mas não o suficiente para esquiar. Independente de neve, Bariloche é bonita, apesar de mostrar ruas e calçadas mal cuidadas pelo poder público. Reflete bem a deteriorada situação econômica da Argentina no momento, lamentavelmente. Vale registrar que apesar de câmbio favorável ao Brasil 1Real:2Pesos, comer e beber não é barato nesses dois países  Adquirir algum produto típico argentino sem chance, pois quando este examinado bem de perto se percebe o inconfundível "made in China".  Isso vale  para o Chile. Tudo "made in  China". No Chile, o melhor produto autêntico foi o salmão defumado apreciado extensivamente, sem esquecer o "chardonait" "branco "Cosilliere Del Diablo".
Depois de Bariloche seguimos rumo ao Chile através dos lagos andinos. Essa viagem foi realizada em dois dias, mas poderia ter sido realizada em um único dia. Depois de 2 horas e meia em barco descemos e embarcamos num micro-ônibus numa bela viagem subindo e descendo uma montanha que durou 30 minutos por uma densa floresta e alcançando um grande lago com água de cor esmeralda na base da montanha "Tronador" (vulcão) com neve desde o cume até quase próximo ao lago. Cruzamos o lago por 30 minutos e chegamos à fronteira Argentina-Chile onde apresentamos passaporte e embarcamos em outro micro-ônibus. Essa viagem por uma uma reserva florestal também de grande emoção com subidas e descidas radicais contornando uma montanha. E, ao  final, alcançando uma planície de extensa área verde entre duas cadeias de belas montanhas nevadas onde está o hotel da microcidade Puella (120 habitantes) à beira de outro gigante lago andino.
A parada  no hotel Puella, à primeira vista, seria dispensável, pois chegamos quatro (4) horas antes do embarque no barco que faz o trecho Puella-Puerto Varas, junto ao vulcão Osorno. Porém o hotel é cinematográfico, hollywoodiano, com uma forte construção de blocos de pedra e madeira robustos que encanta e convence para permanecer e apreciar o local. E fizemos isso mesmo, descarregamos as mochilas no quarto e saímos para fazer caminhada onde encontramos e fotografamos o ícone da Cordilheira dos Andes, o famoso "Condor", Lhamas e outros pequenos bichos que não conseguimos identificar. E também muitas cachoeiras formadas por água da neve derretida das montanhas.  Um lugar definitivamente mágico!
A viagem seguiu com experiências novas, gratificantes, por Puerto Montt, Puerto Varas, Frutiliar, ilha Chiloè onde visitamos as "pinguineiras" (pequenas ilhas com pinguins) e depois rumamos para Santiago, Valparaiso e Vinas de Del Mar. Em Valparaiso, como seria exigido, visitamos a casa de Pablo Neruda e fizemos uma foto com este exposto em tamanho natural numa praça próxima à casa. Em Santiago, entre diversos lugares interessantes visitados, reservamos uma manhã para visitar a vínicola Concha Y Toro.  Na praça central Santiago, Palácio La Moneda vimos a troca de guarda deste numa manhã e fizemos uma foto junto ao memorial do ex-presidente Salvador Allende deposto no golpe Pinochet, 11 de setembro de 1973.  E de Santiago partimos para Mendonza em confortável bus duplo onde nos instalamos na parte superior para apreciar as montanhas geladas da Cordilheira dos Andes. E passamos ao  lado do Aconcágua, sendo que há uma parada na parte mais elevada  (3800 m) onde está a fronteira Chile-Argentina para apresentar  passaportes. Definitivamente, mágico e majestoso o Aconcágua, uma visão de tirar o fôlego. Foram 400 km de  pura beleza e êxtase 
Em Mendonza,Argentina, apreciamos os vinhedos, vinhos e  vinícolas e causou espanto saber que nessa cidade a chuva é escassa. A água vem do lago Potrerillos formado por água de neve derretida das montanhas e  distribuída na cidade por comportas. E assim, num clima que alterna frio e calor extremos com baixa umidade o vinho de Mendonza alcança elevado conceito. É bom mesmo!
Enfim, para não estender muito, seguimos viagem Mendonza-Buenos Aires e depois atravessamos o Mar del Plata  para Colonia Del Sacramento cuja cidade foi uma grata surpresa, pois lembra um pouco Parati,RJ. Uma agradável e  bonita cidade que vale a  pena conhecer.
E assim, depois de 18 dias de somente deleite, retornamos para Campinas,SP, feriado 2 de novembro, para retomar a reprodução das exigências do cotidiano.
E já começamos a estudar a próxima aventura. Talvez Santiago e deserto Atacama, mas em moto.

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