Santa Maria,RS, breve reflexão

Sempre triste, muito triste, desalentador, realizar aprendizados pela dor como mostra a recente tragédia (+1) na cidade Santa Maria,RS.  E principalmente quando a tragédia envolve brasileiros e brasileiras jovens nesse caso da casa noturna “Kiss”. Não há como ser indiferente à dor de tantas famílias brasileiras, pois “o sino dobra por nós” como lembra o famoso escritor “Hemingway” no livro “Por Quem os Sinos Dobram”.   E nas tragédias, ou não conformidades, sempre se deve fazer uma profunda reflexão para definir as “causas” e extrair lições, aprendizados, se não quiser repeti-las.  Como sugere o filósofo Aristoteles, “fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em melhorar”.

A “não conformidade”, ou tragédia, geralmente é uma somatória de microeventos desconhecidos, ou simplesmente desprezados porque faltaria a compreensão da “expectativa futura”, da breve reflexão através da introdução do “se...?”.  Assim, se um breve “se” estiver formulado este poderia apresentar respostas que apontariam uma possível não conformidade com potencial para uma tragédia. 
Para eventos de grandes proporções há uma cadeia de agentes públicos (administração pública) que cuida dos aspectos administrativos relativo ao atendimento de determinadas normas antes de disponíveis ao público.  E no caso da casa noturna “Kiss” essa cadeia de agentes públicos compreenderia, principalmente, a Prefeitura Municipal e o Corpo de Bombeiros para liberar a operação desta, porém a tragédia expõe visceralmente a incompetência de ambos. Os proprietários dessa casa seriam os agentes na sequencia a serem responsabilizados em razão da não compreensão do potencial de riscos, ou mesmo negligência, pois assumiram estes – similar ao motorista que bebe – quando não atualizaram as respectivas licenças. Isso soma ao componente da cultura brasileira de “empurrar com a barriga” aquilo que incomoda e em algumas situações públicas adotar soluções precárias e heterodoxas (suborno de agentes públicos).  Os membros da banda seriam apenas os agentes, não sujeitos, na nucleação da tragédia e na cadeia de responsabilidades, mas também precisariam assumir a parte que lhes caberia.  O cidadão também receberia o seu quinhão, mesmo sendo o último elo dessa cadeia, pois não exerceria a cidadania quando, involuntariamente, deixa de questionar a segurança do local e "lava as mãos" transferindo, inconsciente e até involuntariamente, ao Estado a responsabilidade pela segurança local.  Como insistentemente recomendado, “o óbvio não existe e precisaria ser perguntado e explicado” e, nesse caso, introduzir o “se”.... Mas seria demais transferir às vítimas fatais essa responsabilidade. Cabe ao Estado fazer essa autopunição severa!
Toda solidariedade à população de Santa Maria,RS. 

Exercite cidadania, esse feixe de Direitos e Deveres sociais, políticos, econômicos e culturais da Pessoa (segundo ONU – Organização das Nações Unidas).  A Pessoa se afasta da barbárie e esfera animal à medida que exercita direitos e deveres

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