Saúde, Alegria e dinheiro suficiente
Nesse dia, 16, em que completo +1 ano de existência este momento remete, inexoravelmente, a reflexões de toda ordem. Uma coisa é certa e em sintonia com o poeta (F.Pessoa): "...tudo vale a pena". Lembro de um amigo, poeta, escritor, jornalista, que imprimia à vida doses elevadas de anarquia em sintonia com os valores "saúde", "deleite", "trabalho" e "ética". Infelizmente, "saúde" foi o valor que o abateu precocemente. E por conta disso, frente a tantos desafios do cotidiano, de um mundo em rápida transformação tecnológica, velocidade, injustiças, agressão ambiental, fome e guerras, ainda quase em estágio da "pedra lascada" para "sentimento", intelecto, poderia afirmar que sou um privilegiado, pelo menos por estar vivo. Vivo e motivado para mudar a sorte no micro e macromundo, ou pelo menos, e novamente outro poeta (Drummond), na sincronia deste dia com o poema "A Flor e a Náusea":
Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas,
alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas,
consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio,
paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horasda tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas,
alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas,
consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio,
paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horasda tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
João,em primeiro lugar meus sinceros votos de vida saua´vel pro cê, parabéns!!!!!!estou curtindo muito seu blog, porém nem tudo concordo, como por exemplo a postagem do Lula no Sus,no clube debateremos mais isso tudo que rola na rede sobre o Lula.
ResponderExcluirAbraços de um dos marrecos da lagoa Rhodia.
Guga, grato pelo elogio e comentários. No caso do Lula, soube depois da grande polemica causada para muitos que fizeram essa mesma sugestão. Alguns exageraram na sugestão!
ResponderExcluirEu defendo a posição de políticos utilizarem os serviços públicos desde estudante. No meu texto exemplifiquei com o caso das estradas sob concessão que cobram pedágio absurdo e entregam rodovia em péssimo estado. Cadê o Estado fiscalizando e defendendo o cidadão? Cadê o Estado na Segurança e Saúde Pública?
No caso de Lula, fui ligeiramente duro, não perdi a ternura e torço para que ele tenha rápida e indolor convalescença e se recupere definitivamente.
É isso!