"Vada a bordo, cazzo!"

"Vada a bordo, cazzo!", apela o comandante do porto, ilha de Giglio, Itália, se dirigindo ao comandante do navio "Costa Concordia" que fugia numa lancha enquanto o navio que comandava naufragava e os passageiros ainda a bordo (4000 ao todo) eram assistidos e retirados pelos tripulantes de terceiro escalão. Apesar dos apelos de colega, o comandante fujão se contorcia em argumentos frágeis, pueris, para justificar a esdrúxula e covarde situação. A tragédia poderia ser um infeliz retrato da Itália que naufraga economicamente depois de anos de desmando de um primeiro ministro histriônico e irresponsável. "Ma che fortuna!".
Não teria elementos para fazer digressões sociológicas, culturais e políticas dessa tragédia, mas apenas manifestar o bom e saudável impacto proporcionado da contundente frase proferida pelo comandante ("Vada a bordo,cazzo" - misto de formalidade - senhor - "vada" com informalidade "cazzo"; se informal - você - seria "vai a bordo, cazzo") na tentativa de trazer à realidade o comandante fujão. O diálogo mantido entre os dois comandantes alterna componentes de comédia italiana e de elevado compromisso com a ética e cidadania. Extremos que nesse caso não se tocariam jamais.
Aproveito o brado do comandante do porto e sugerir aos motoristas das grandes cidades (e médias e pequenas também, por que não?): "VADA IN BICI, CAZZO!", ou informalmente, "VAI IN BICI, CAZZO!". Bicicleta "chupa carros", como mostra a bem humorada campanha na Itália para alavancar o uso da bicicleta: "cars suck".
É isso!

Comentários

  1. - schettino abandona o navio que afunda - 2012
    - berlusconi abandona o paìs depois de ter-lo portado ao fundo - 2011
    - re vittorio emanuele 3° abandonò a italia no dia 9 setembro 1943, entregando a hitler
    historias de abandonos, tristes abandonos.
    o que restou de grande homens como imperador adriano, otaviano, giulio cesare...dante...da vince...michelangelo...

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