O tempo urge e encurta
Há algum tempo venho adotando atitudes mais frugais para o consumo. O meu consumo, gradualmente e firme, começa a se pautar por apenas o necessário, nunca exagerado. Não é simples essa mudança de atitude de quem lá atrás nunca teve isto como preocupação, pois presa fácil dos apelos do marketing que cria necessidades e desejos muitos deles inúteis. Agora estou comprometido em adotar atitudes na direção de "consumo consciente", pois é impressionante a capacidade que temos de juntar um monte de coisas desnecessárias e se agarrar a estas como se fossem eternas, indestrutíveis.
Com essa disposição, ao reunir roupas, sapatos (nossa, como acumulamos tanta roupa!?), utensílios eletrônicos ultrapassados, mas ainda funcionando (por ex., computador "desktop") e material esportivo para instituições que trabalham com os menos privilegiados, encontrei um valioso material da história do Brasil publicado nos "jornais nanicos" à época de chumbo (1969-1979) que alcançava apenas os estudantes engajados na luta pela redemocratização, professores, intelectuais, artistas, dirigentes sindicais, etc...Localizei um grande pacote no sótão de casa guardado há mais de 30 anos. Publicações universitárias (Direito-USP)e jornais como "Movimento", "Opinião", "Trabalho" e até o "Pasquim". Passei horas relendo algumas matérias que interpretavam e apontavam a solução para o Brasil. Até fotos de eventos que tive participação como a primeira passeata de estudantes da USP até uma praça no centro de Pinheiros,São Paulo,SP, 1973. E na sequência, a passeata desorganizada, mas retomada com força, até a Praça da Sé para participar da missa em prol do jornalista Vladimir Herzog assassinado pelos covardes milicos em nome do Estado. E justamente no dia em que morre o grande Millor Fernandes, nesta quarta,28, encontrei e reli um exemplar do Pasquim em que é co-fundador deste fantástico hebdomadário. E mais, também encontrei o exemplar número 1 do "Jornal da República", tentativa frustrada do jornalista Mino Carta, em 27 de agosto de 1979, de criar um jornal alternativo de circulação nacional. Abaixo, manchetes na primeira página;
- Hospício serviu de prisão política: ex-prisioneiro descreve o Gulag tropical;
- Sócrates garante o emprego de Teixeira. Nervoso e medíocre, o São Paulo ainda enfrentou uma grande atuação do atacante corintiano;
- O avião russo ainda retido em Nova York: uma bailarina no centro de um incidente URSS-EUA;
- Camisa de força no salário: Sindicatos serão livres para pedir aumentos, desde que só peça o que será permitido pedir;
- Delfim candidato à presidência? "Só Deus sabe", diz ele, em entrevista...;
- Artigo de Fundo, Mino Carta: Céticos, mas otimistas na ação. (Bonito e ainda atual editorial de crença na república, pois o Brasil continua necessitado de uma ampla reforma política).
Vou consultar a biblioteca da Unicamp e doar todo esse material para pesquisa.
É isso!
Com essa disposição, ao reunir roupas, sapatos (nossa, como acumulamos tanta roupa!?), utensílios eletrônicos ultrapassados, mas ainda funcionando (por ex., computador "desktop") e material esportivo para instituições que trabalham com os menos privilegiados, encontrei um valioso material da história do Brasil publicado nos "jornais nanicos" à época de chumbo (1969-1979) que alcançava apenas os estudantes engajados na luta pela redemocratização, professores, intelectuais, artistas, dirigentes sindicais, etc...Localizei um grande pacote no sótão de casa guardado há mais de 30 anos. Publicações universitárias (Direito-USP)e jornais como "Movimento", "Opinião", "Trabalho" e até o "Pasquim". Passei horas relendo algumas matérias que interpretavam e apontavam a solução para o Brasil. Até fotos de eventos que tive participação como a primeira passeata de estudantes da USP até uma praça no centro de Pinheiros,São Paulo,SP, 1973. E na sequência, a passeata desorganizada, mas retomada com força, até a Praça da Sé para participar da missa em prol do jornalista Vladimir Herzog assassinado pelos covardes milicos em nome do Estado. E justamente no dia em que morre o grande Millor Fernandes, nesta quarta,28, encontrei e reli um exemplar do Pasquim em que é co-fundador deste fantástico hebdomadário. E mais, também encontrei o exemplar número 1 do "Jornal da República", tentativa frustrada do jornalista Mino Carta, em 27 de agosto de 1979, de criar um jornal alternativo de circulação nacional. Abaixo, manchetes na primeira página;
- Hospício serviu de prisão política: ex-prisioneiro descreve o Gulag tropical;
- Sócrates garante o emprego de Teixeira. Nervoso e medíocre, o São Paulo ainda enfrentou uma grande atuação do atacante corintiano;
- O avião russo ainda retido em Nova York: uma bailarina no centro de um incidente URSS-EUA;
- Camisa de força no salário: Sindicatos serão livres para pedir aumentos, desde que só peça o que será permitido pedir;
- Delfim candidato à presidência? "Só Deus sabe", diz ele, em entrevista...;
- Artigo de Fundo, Mino Carta: Céticos, mas otimistas na ação. (Bonito e ainda atual editorial de crença na república, pois o Brasil continua necessitado de uma ampla reforma política).
Vou consultar a biblioteca da Unicamp e doar todo esse material para pesquisa.
É isso!
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