O fim do mundo, 21 de dezembro
Salve Amigos e Amigas!
Pedalando na rota Marcia Prado desse dia 9 de dezembro de 2012, coincidentemente, Dia Internacional Contra a Corrupção que também marcamos com uma breve manifestação, cruzamos, ao longo da trilha "Estrada Velha da Serra do Mar", com inúmeros "trabalhos" da pujante e ecumênica cultura religiosa do Brasil. E despertou a nossa atenção quando paramos para realizar a troca de pneu de uma "bici" e à margem da trilha uma placa anunciava convite a todos da comunidade local de um encontro no dia 20, véspera do dia fim do mundo, para uma reflexão crítica, provavelmente de teor religioso!? O instigante anúncio agiu como uma faísca elétrica no subconsciente de todos para emergir ao consciente com várias e hilariantes sugestões do que cada um faria no último dia do mundo. Durante cinco minutos a troca de pneu foi realizada sob muitas risadas soltas. E relacionada ao evento das pedaladas Rota Marcia Prado surgiu a ideia de se realizar a "Pedalada do Fim do Mundo" para a véspera, 20, sexta-feira. Não sabemos se isso deve acontecer, mas a sugestão pode prosperar até lá. Entretanto, as digressões desenvolvidas para esse assunto pelo escritor Xico Sá e publicadas na Folha de São Paulo, segunda, 10, para esse último dia são as melhores que li e ouvi e queria compartilhar com todos. Divirtam-se!
E se o diabo desse mundo estivesse mesmo à beira do apocalipse previsto para o dia 21?
Não duvido mais de nada na face da terra depois de tantas coisas incomuns que vimos neste ano.
E se você tivesse certeza que já era?
Cantaria que gostosa?
Chamaria que homem, sem firulas ou mimimis, à chincha, à cama?
Proporia que ménage?
Arriscaria tudo no swing?
Sei, és do tipo que não pensa só naquilo. Preferias ler um bom livro, não é, respeitável mentiroso(a)?.
Nestes nostradâmicos momentos, sempre nos bate essas vontades urgentes.
Nada como um bom álibi da bagaceira final. Seja na iminência da bomba atômica iraniana, seja na profecia Maia, tudo é bela desculpa. Já que o mundo vai se acabar mesmo, tudo está permitido.
Pense que maravilha: você está finalmente livre da ressaca moral e da ansiedade amorosa. Pode tudo.
Tem gente, aliás, que vive sempre com o apocalipse no bolso. Como se não houvesse amanhã mesmo. Flamejantes criaturas sem rédea ou juízo.
Um amigo do Sul me sopra aqui, ao telefone:
-Bá, pegava toda a grana e torrava na tia Carmén.
Para quem não conhece esse maravilha de cenário, esclarecemos: Tia Carmén talvez seja a melhor casa de moças de fino trato do país.
-Que mané talvez, irmão, é a melhor do planeta! – reage o gaudério.
Nada como uma desculpa de fim de mundo.
Para um corintiano, depois de ser campeão no Japão, pouco importa a sequência dos dias.
E você, amigo(a), que loucura faria?
Talvez eu corresse o risco de estragar alguma amizade, propondo juntar, sob os mesmos lençóis, afeto e sexo sauvage. Sabe aquela amiga que você pensou, com algum desejo, a vida inteira?
Talvez eu telefonasse para todas as ex-mulheres. Creio que faria isso. Ligação safada prometendo renovar os mil perdões e repetir as phodinhas iniciais depois das siestas.
Não. Não buscaria novas mulheres. Estocaria ostras e caixas de champanhe. Renovaria o amor que tive por todas elas que um dia me fizeram cruzar o paraíso bem antes do fim do mundo.
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